02/03/2008

01 Março IV

1No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.
Deus disse: «Faça-se a luz.» E a luz foi feita. 4Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. 5Deus chamou dia à luz, e às trevas, noite. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia.
6Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas, para as manter separadas umas das outras.» E assim aconteceu. 7Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam por cima do firmamento. 8Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
9*Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca.» E assim aconteceu. 10Deus chamou terra à parte sólida, e mar, ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom.
11*Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies, e contendo semente.» E assim aconteceu. 12A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom. 13Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
14*Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus, para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos; 15servirão também de luzeiros no firmamento dos céus, para iluminarem a Terra.» E assim aconteceu. 16Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; fez também as estrelas. 17Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra, 18para presidirem ao dia e à noite, e para separarem a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom. 19Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
20*Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos, e que por cima da terra voem aves, sob o firmamento dos céus.» 21Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom. 22Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre a terra.» 23Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.
24Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies.» E assim aconteceu. 25Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom.

26*Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.» 27Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher.

28*Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»
29Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento. 30E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» E assim aconteceu. 31*Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.

(Génesis 1)



1Foram assim terminados os céus e a Terra e todo o seu conjunto. 2Concluída, no sétimo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado.
3Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação. 4Esta é a origem da criação dos céus e da Terra.


4Quando Deus fez a Terra e os céus, 5e ainda não havia arbusto algum pelos campos, nem sequer uma planta germinara ainda, porque Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para a cultivar, 6e da terra brotava uma nascente que regava toda a superfície, 7então Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.
8Depois, o Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. 9Deus fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer; a árvore da Vida estava no meio do jardim, assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal.
10Um rio nascia no Éden para regar o jardim, dividindo-se, a seguir, em quatro braços. 11O nome do primeiro é Pichon, rio que rodeia toda a região de Havilá, onde se encontra ouro, 12ouro puro, sem misturas, e também se encontra lá bdélio e ónix. 13O nome do segundo rio é Guion, o qual rodeia toda a terra de Cuche. 14O nome do terceiro é Tigre, e corre ao oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates.
15 Deus levou o homem e colocou-o no jardim do Éden, para o cultivar e, também, para o guardar. 16 E Deus deu esta ordem ao homem: «Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; 17mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás.»


18 Deus disse: «Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele.» 19Então, Deus, após ter formado da terra todos os animais dos campos e todas as aves dos céus, conduziu-os até junto do homem, a fim de verificar como ele os chamaria, para que todos os seres vivos fossem conhecidos pelos nomes que o homem lhes desse. 20O homem designou com nomes todos os animais domésticos, todas as aves dos céus e todos os animais ferozes; contudo, não encontrou auxiliar semelhante a ele.
21Então, Deus fez cair sobre o homem um sono profundo; e, enquanto ele dormia, tirou-lhe uma das suas costelas, cujo lugar preencheu de carne. 22Da costela que retirara do homem, Deus fez a mulher e conduziu-a até ao homem. 23Então, o homem exclamou: «Esta é, realmente, osso dos meus ossos e carne da minha carne. Chamar-se-á mulher, visto ter sido tirada do homem!» 24Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne. 25Estavam ambos nus, tanto o homem como a mulher, mas não sentiam vergonha.~

(Génesis 2)

01 Março III

antes
Inês Lourenço



No princípio não era o verbo mas o antes. Ditoso não-lugar onde nenhum mantimento era necessário. Mesmo isso a que cha­mam palavras, essas cadeias servis de contágio e contagem, não tinham qualquer serventia.

Era muito antes da cisão da luz e da treva e da fábula fatal de qualquer existência. Muito antes da invenção maligna de Cronos ou de outro qualquer princípio divino. Muito antes do negro e do branco, do bem e do mal, do gozo e da dor, do ganho e da perda, da fauna e da flora, da terra e da água, do macho e da fêmea.

Desnecessários eram e inúteis: searas e ceifeiros, rebanhos e pastores, senhores e servos, possuidores e coisas possuídas.

Antes, muito antes do amor, do sangue e da sede, antes da viagem, antes da subida, antes do declive.


Desde muito cedo antes da morte.



(“a minha palavra favorita”, centroatlantico.pt)

01 Março II

01 Março

01/03/2008

23 de Fevereiro

As nove respostas de um Sábio




Tales de Mileto nasceu em Tebas no ano de 625 a.C. e morreu em Atenas, a 547 a.C., aos 78 anos.








Foi um filosofo grego, fundador da escola Jónica, considerado como um dos sete sábios da Grécia.
Matemático, astrónomo e grande pensador, Tales de Mileto percorreu o Egipto, onde realizou estudos e entrou em contacto com os mistérios da religião egípcia. É-lhe atribuída a previsão de um eclipse do sol, no ano de 585 a. C., sendo o primeiro a dar uma explicação lógica para a ocorrência dos eclipses. Também realizou uma façanha incrível, o seu talento matemático era tão incomum, que conseguiu estabelecer com precisão a altura das pirâmides do Egipto apenas medindo-lhes a sua sombra.
· Destacou-se principalmente pelos seus trabalhos de filosofia e matemática. Nesta última ciência, atribuem-lhe as primeiras demonstrações de teoremas geométricos e, por isto, é considerado o Pai da Geometria.
· Foi o primeiro a sustentar que a Lua brilhava por reflexo do Sol a ainda determinou o número exacto de dias que contém um ano.
· Para provar que o conhecimento que desenvolvera tinha utilidade prática directa, afirmou que num determinado ano a colheita de azeitonas seria excepcional. E arrendou a maioria das destilarias de azeite de Mileto. Ganhou um bom dinheiro com a operação, apenas para ter o prazer de calar os que diziam ser a Filosofia uma inutilidade ou um capricho de ociosos.



“Um sofista aproximou-se de Tales de Mileto, tentou confundi-lo com as nove perguntas mais difíceis. Porém, o sábio de Mileto esteve à altura da prova porque respondeu a todas as perguntas sem a menor vacilação e com a maior exactidão.”

1-Qual é a coisa mais antiga?
R: Deus, porque sempre existiu.


2-Qual é a coisa mais formosa?
R: O Universo, porque é obra de Deus.


3-Qual é a maior de todas as coisas?
R: O espaço, porque contém tudo o que foi criado por Deus.


4-Qual é a coisa mais constante?
R: A esperança, porque permanece no homem depois deste já ter perdido todo o resto.


5-Qual é a melhor de todas as coisas?
R: A virtude, porque sem ela não existe nada de bom.


6-Qual é a mais rápida de todas as coisas?
R: O pensamento, porque em menos de um minuto pode voar até ao fim do Universo.


7-Qual é a mais forte de todas as coisas?
R: A necessidade, porque faz com que o homem enfrente todos os perigos da vida.


8-Qual é a mais fácil de todas as coisas?
R: Dar conselhos.


9-Qual é a mais difícil de todas as coisas?
R: Conhecer-se a si mesmo.